Informação: a melhor arma na luta contra a Aids

20/07/2019 00:42
*Patricia Pedri
 
 
 
No Brasil foram notificados 247.795 casos de infecção pelo HIV de 2007 a 2017 e, no mesmo período foi registrado um aumento de 700% dos casos entre os jovens de 15 a 24 anos, conforme dados do Boletim Epidemiológico HIV/AIDS do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde divulgados em 2018.
 
A UNAIDS (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS) considera a desinformação como a principal causa dessa elevação na taxa de transmissão do HIV entre os jovens. Por esse motivo os pesquisadores Tereza Evâny de Lima Renôr Ferreira da UFRPE e Júlio Afonso Sá de Pinho Neto da UFPB conduziram um estudo com o objetivo de conhecer o nível de desinformação sobre a prevenção do HIV/AIDS entre os mais jovens. Os resultados do estudo foram publicados na Revista Biblionline no artigo “Na contramão da informação preventiva: desinformação sobre prevenção de HIV/AIDS”.
 
A pesquisa ouviu 86 pessoas de 15 a 29 anos de idade, com questões baseadas na prevenção HIV/AIDS. E as repostas revelaram dados preocupantes sobre a falta de informação sobre o assunto, pois 19,8% desses jovens não receberam qualquer tipo de aconselhamento a respeito tanto do HIV quanto de outras infecções sexualmente transmissíveis, e 24,4% não sabem onde buscar essas informações.
 
Na prevenção de doenças transmissíveis como a AIDS, a informação é uma arma fundamental, pois “tem um caráter social produzido a partir das necessidades cotidianas, implementadas nos processos informacionais da sociedade, capazes de modificar o comportamento das pessoas, comprometendo sua forma de agir na sociedade”, segundo os pesquisadores.
 
Embora os jovens na atualidade tenham amplo acesso às informações, principalmente por meio da internet e das redes sociais, 64% dos entrevistados nunca foram incentivados a fazer o teste HIV e 36% não sabem como é feito esse teste. Isso porque, segundo os pesquisadores, “na contramão da informação, está a informação que desinforma, que confunde e que desorienta, que remete ao ruído ou à falta de informação e dá margem à alienação nos indivíduos sociais”.
 
A desinformação sobre HIV/AIDS ficou mais evidente quando 73,3% dos entrevistados afirmaram que nunca ouviram falar sobre a PrEP (profilaxia pré-exposição), procedimento que reduz o risco de contrair o HIV utilizando medicamentos antirretrovirais (ARV). A PrEP é indicada para aquelas pessoas com maior chance de entrar em contato com o HIV por não usarem preservativos nas relações sexuais e estarem mais expostas ao risco de infecção. Por esta razão que a UNAIDS indica que o termo “comportamento de risco” ou “populações-chave” como mais adequados para caracterizar os grupos de pessoas que têm maior probabilidade de contrair o vírus, em substituição ao controverso “grupo de risco”.
 
A pesquisa também confirmou a escola como veículo fundamental na prevenção contra o vírus, visto que 73,3% dos entrevistados obtiveram o primeiro acesso à informação sobre o HIV no espaço escolar. Esse dado aponta a importância do reforço nas ações educativas nas escolas, tanto com as campanhas específicas de prevenção do vírus quanto na educação sexual, como recomenda a UNAIDS. Os pesquisadores consideram ainda que “a informação sobre prevenção do HIV deve ser exposta em todos os canais de comunicação”, pois “se para cada canal de comunicação, existe um público-alvo, são necessárias ações para promover o acesso a esses canais com menos possibilidades de uso.”
 
Apesar do evidente poder da informação na prevenção do HIV/AIDS, a pesquisa concluiu que uso da informação para prevenir a infecção com HIV ainda é negligenciado. Nessa contramão da informação preventiva os casos de infecção com HIV tendem a aumentar, como em Alagoas, que saltaram de 18 em 2007 para 776 em 2017, o que significa um crescimento de 4.311,1% na taxa de detecção de alagoanos com HIV.
 
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O estudo “Na contramão da informação preventiva: desinformação sobre prevenção de HIV/AIDS” (DOI: https://doi.org/10.22478/ufpb.1981-0695.2019v14n1.44387) de Tereza Evâny de Lima Renôr Ferreira e Júlio Afonso Sá de Pinho Neto pode ser lido na Revista Biblionline em <https://bit.ly/30DphEL>
 
 
 
* Patricia Pedri - Graduanda de Biblioteconomia na Universidade Federal de Alagoas, Bolsista CNPQ/PIBIC – patriciapedri@gmail.com
 
 
 
 
*Patricia Pedri
 
 
 
No Brasil foram notificados 247.795 casos de infecção pelo HIV de 2007 a 2017 e, no mesmo período foi registrado um aumento de 700% dos casos entre os jovens de 15 a 24 anos, conforme dados do Boletim Epidemiológico HIV/AIDS do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde divulgados em 2018.
 
A UNAIDS (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS) considera a desinformação como a principal causa dessa elevação na taxa de transmissão do HIV entre os jovens. Por esse motivo os pesquisadores Tereza Evâny de Lima Renôr Ferreira da UFRPE e Júlio Afonso Sá de Pinho Neto da UFPB conduziram um estudo com o objetivo de conhecer o nível de desinformação sobre a prevenção do HIV/AIDS entre os mais jovens. Os resultados do estudo foram publicados na Revista Biblionline no artigo “Na contramão da informação preventiva: desinformação sobre prevenção de HIV/AIDS”.
 
A pesquisa ouviu 86 pessoas de 15 a 29 anos de idade, com questões baseadas na prevenção HIV/AIDS. E as repostas revelaram dados preocupantes sobre a falta de informação sobre o assunto, pois 19,8% desses jovens não receberam qualquer tipo de aconselhamento a respeito tanto do HIV quanto de outras infecções sexualmente transmissíveis, e 24,4% não sabem onde buscar essas informações.
 
Na prevenção de doenças transmissíveis como a AIDS, a informação é uma arma fundamental, pois “tem um caráter social produzido a partir das necessidades cotidianas, implementadas nos processos informacionais da sociedade, capazes de modificar o comportamento das pessoas, comprometendo sua forma de agir na sociedade”, segundo os pesquisadores.
 
Embora os jovens na atualidade tenham amplo acesso às informações, principalmente por meio da internet e das redes sociais, 64% dos entrevistados nunca foram incentivados a fazer o teste HIV e 36% não sabem como é feito esse teste. Isso porque, segundo os pesquisadores, “na contramão da informação, está a informação que desinforma, que confunde e que desorienta, que remete ao ruído ou à falta de informação e dá margem à alienação nos indivíduos sociais”.
 
A desinformação sobre HIV/AIDS ficou mais evidente quando 73,3% dos entrevistados afirmaram que nunca ouviram falar sobre a PrEP (profilaxia pré-exposição), procedimento que reduz o risco de contrair o HIV utilizando medicamentos antirretrovirais (ARV). A PrEP é indicada para aquelas pessoas com maior chance de entrar em contato com o HIV por não usarem preservativos nas relações sexuais e estarem mais expostas ao risco de infecção. Por esta razão que a UNAIDS indica que o termo “comportamento de risco” ou “populações-chave” como mais adequados para caracterizar os grupos de pessoas que têm maior probabilidade de contrair o vírus, em substituição ao controverso “grupo de risco”.
 
A pesquisa também confirmou a escola como veículo fundamental na prevenção contra o vírus, visto que 73,3% dos entrevistados obtiveram o primeiro acesso à informação sobre o HIV no espaço escolar. Esse dado aponta a importância do reforço nas ações educativas nas escolas, tanto com as campanhas específicas de prevenção do vírus quanto na educação sexual, como recomenda a UNAIDS. Os pesquisadores consideram ainda que “a informação sobre prevenção do HIV deve ser exposta em todos os canais de comunicação”, pois “se para cada canal de comunicação, existe um público-alvo, são necessárias ações para promover o acesso a esses canais com menos possibilidades de uso.”
 
Apesar do evidente poder da informação na prevenção do HIV/AIDS, a pesquisa concluiu que uso da informação para prevenir a infecção com HIV ainda é negligenciado. Nessa contramão da informação preventiva os casos de infecção com HIV tendem a aumentar, como em Alagoas, que saltaram de 18 em 2007 para 776 em 2017, o que significa um crescimento de 4.311,1% na taxa de detecção de alagoanos com HIV.
 
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O estudo “Na contramão da informação preventiva: desinformação sobre prevenção de HIV/AIDS” (DOI: https://doi.org/10.22478/ufpb.1981-0695.2019v14n1.44387) de Tereza Evâny de Lima Renôr Ferreira e Júlio Afonso Sá de Pinho Neto pode ser lido na Revista Biblionline em <https://bit.ly/30DphEL>
 
 
 
* Patricia Pedri - Graduanda de Biblioteconomia na Universidade Federal de Alagoas, Bolsista CNPQ/PIBIC – patriciapedri@gmail.com
 
 
 
Leia mais: https://www.deolhonaci.com/news/informacao-a-melhor-arma-na-luta-contra-a-aids/

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