Informações falsas: como evitar?

07/10/2019 09:52
Patricia Pedri*
 
 
 
Todos os dias um mar de informações são compartilhadas em todo o mundo por meio das redes sociais. Ao mesmo tempo que essa profusão de informações auxilia as pessoas na compreensão do mundo, possibilita também a propagação de informações falsas ou parcialmente falsas. Como identificá-las?
 
Com o objetivo de apresentar estratégias para avaliar a veracidade das informações que acessamos todos os dias, o artigo “Competência em informação e desinformação: critérios de avaliação do conteúdo das fontes de informação” publicado na Liinc em Revista, da pesquisadora Mariana Zattar, Doutora em Ciência da Informação e Professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), indica três critérios para avaliação de fontes de informação evitando, assim os usos e compartilhamentos de desinformações.
 
A autora afirma que o grande volume de notícias falsas e a prática de desinformação atuais são preocupantes, mas esse fenômeno não é uma novidade. As primeiras fakenews surgiram ainda no século XVIII com o desenvolvimento da imprensa. Os avanços da tecnologia de informação e comunicação só ampliou as condições de proliferação de informações, tanto as comprovadas quanto as falsas. Atualmente, as redes sociais como o Facebook e o Whatsapp, pela sua própria informalidade se tornaram grandes veículos de propagação de notícias falsas e minam a confiança dos meios de comunicação e das instituições.
 
De acordo com Zattar a ampliação do acesso à informação é essencial na atualidade, mas “não basta que se tenha acesso a qualquer tipo de informação, pois é necessário qualidade, relevância e veracidade nos mais diferentes contextos, de modo que sejam evitadas desinformações e notícias falsas nas bolhas informacionais em que somos inseridos.”
 
Para evitar a desinformação, a autora aponta a necessidade da “competência em informação”, que significa o desenvolvimento de um conjunto de habilidades que possibilitam a compreensão da informação de forma ética e crítica.
 
 
 
Competência Informacional
 
Para combater as fakenews, a “Alternative facts and fake news – verifiability in the information society” da The International Federation of Library Association and Institutions (IFLA), propõe a averiguação das informações, apontando oito passos como critérios de avaliação de fontes das informações e notícias.
 
Dentre os critérios apresentados, destacam-se aqueles relacionados à autoridade, à atualidade e à precisão. O critério de autoridade aponta quem é o responsável pela informação; a atualidade indica quando essa informação foi disponibilizada; e a precisão refere-se o que e como foi exposto o conteúdo.
 
Quem disse? - Segundo a pesquisadora é “essencial a identificação dos responsáveis pela criação intelectual ou artística da fonte para entender seus objetivos, suas aspirações, tendências e propósitos quanto à sua motivação na disseminação do conteúdo”.
 
Quando disse? - Na avaliação do conteúdo, também deve ser considerada a atualidade das informações apresentadas, isto é, se o conteúdo é constantemente atualizado.
 
O que e como disse? – Zattar alerta que se houver desconfiança na precisão da informação é melhor “recorrer à opinião de um especialista de uma área do conhecimento que comprove a precisão ou a imprecisão da informação.”
 
A pesquisadora conclui em seu artigo que a prática de avaliação das informações e notícias, além de evitar a desinformação, permite que o indivíduo perceba as oportunidades de aprendizagem que a informação pode proporcionar.
 
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O estudo “Competência em informação e desinformação: critérios de avaliação do conteúdo das fontes de informação” (DOI: https://doi.org/10.18617/liinc.v13i2.4075) de Mariana Zattar pode ser lido na Liinc em Revista em https://bit.ly/2QjmSdt .
 
 
 
* Patricia Pedri - Graduanda de Biblioteconomia na Universidade Federal de Alagoas, Bolsista CNPQ/PIBIC – patriciapedri@gmail.com
 
 
 
 
 
 

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