PARA LER A INTERNET: relato de participantes

26/07/2011 15:28

Maurício Pereira da Costa Junior*

Pablo Matias Bandeira**

José Carlos Nóbrega do Nascimento Júnior***

 

Para ler a internet é preciso que tenhamos meios para acessá-la. O historiador e antropólogo italiano Carlos Ginzburg nos diz que “a internet mudou nossa vida, mesmo nos aspectos mais triviais do dia-a-dia” e por isso, devemos analisar suas implicações. Uma delas, é que a internet é um instrumento descrito como “potencialmente democrático”. Visualizamos no seminário apresentações abordando com problemáticas diferentes.

O prof. Dr. Emir Suaiden nos trouxe uma explanação acerca dos mapas e políticas de inclusão digital na sociedade brasileira, trazendo dados concretos, aplicações e experiências vividas sobre o tema, quais produtos e onde utilizá-los, pesquisas já desenvolvidas. Com os resultados finais obtidos, o Mapa da Inclusão Digital possui alguns produtos de alta relevância tais como Banco de Dados, Portal de Inclusão Digital, Sistema de Apoio, Glossário dentre outros. O PID (Portal de Inclusão Digital) por sua vez tem como objetivo incentivar o uso das TIC, Telecentros e Laboratórios de Informática que promovem a inclusão, porém as lan houses dão a maior contribuição no que diz respeito à inclusão, pois as mesmas são em maior quantidade e permanecem mais tempo abertas e não encontram os problemas enfrentados no meio público, que são equipamentos sucateados e falta manutenção. Em João Pessoa foram encontrados 20 centros digitais, segundo a avaliação do MID.   

A apresentação do prof. Dr. Cláudio Furtado falou de projetos que disponibilizariam meios para que isso ocorra, apresentando sobre a pavimentação digital na Paraíba. A pavimentação digital propõe a ligação entre 80% dos organismos estaduais de C&T&I com suas redes situadas em João Pessoa e Campina Grande, desenvolvidos por duas iniciativas. A primeira sendo a criação das duas redes (João Pessoa e Campina Grande) e sua ligação; a segunda iniciativa seria a distribuição desta rede pela Paraíba. O projeto aponta os benefícios que trará para a área de C&T&I e para o governo, na saúde, na educação, em projetos sociais, na segurança pública, trazendo também uma maior economia e infraestrutura. Dentre os objetivos apontados na apresentação, o que mais se destaca é a integração dos recursos digitais proporcionada pela pavimentação, pois com ela nos desenvolveremos, aprendendo a lê-la e explorá-la é que abriremos novos caminhos para o novo mundo que estamos construindo.

Durante a fala da Profa. Dra. Cecília Leite Oliveira houve uma explanação a cerca da dimensão humana tecnológica, e posteriormente a geração de conhecimento, o que acontece com mais facilidade se tivermos acesso a informação. Para a profa. Cecília, o parâmetro para a inclusão e exclusão passou a ser um aparato tecnológico e a descoberta de que a pedagogia sozinha, não da conta da educação, é preciso aliados para está difícil tarefa que é educar, é onde entra a internet e seus aglomerados. Dificilmente encontramos pessoas totalmente excluídas das redes sociais, o mar da inclusão social atinge todas as classes, e nesse sentindo é importante perceber a cultura de cada um e sua respectiva vocação, visando facilitar os estudos, e desta forma centrar nas necessidades informacionais de cada comunidade específica. Um ótimo local para troca de saberes e informações são os telecentros, mas não é suficiente apenas inundar as pessoas de informação por diversos meios, é preciso mostrar que nos telecentros elas tem a informação e também são instruídas de como usá-la e para que. Professores são treinados com este objetivo de serem mediadores, mas facilmente os alunos aprendem e superam os professores devido a facilidade que os mesmos tem de lidar com a tecnologia. O treinamento de professores para quebrar barreiras culturais é de extrema importância, porque desta forma as pessoas podem enxergar a biblioteca da forma como ela é, e não da forma como elas enxergam hoje, que é um local usado para aplicação de castigos e depósito de livros. Para a profa. Cecília, esta visão já está mudando, pois a discussão acerca de quão primordial é a leitura para o aprendizado, e o Ibict, tem um papel fundamental, pois em todos os locais em que o mesmo está presente, ou possui alguma ferramenta informacional, sempre aborda a inclusão social. Projetos como o Corredor Digital Indígena, a partir da solicitação de um líder tucano, Corredor Digital Rural, que capacita professores e posteriormente a criação de um departamento de práticas, são desenvolvidos pelo Ibict.

De acordo com o exposto, desde a parte estrutural e a aplicabilidade do Prof. Dr. Emir, do que já está acontecendo na Paraíba em termos de infraestrutura e as possíveis melhoras da Internet via fibra ótica, conforme exposto pelo Prof. Dr. Cláudio, e os projetos inovadores, frutos da sua tese, trazidos pela Profa. Dra. Cecília, concluímos com a fala da Profa. Dra. Isa Maria Freire: “A Paraíba está preparada para a nova era tecnológica que está por vir”.

                           

* Graduando do curso de Bacharelado em Biblioteconomia pela UFPB. Bolsista CNPq/PIBIC

** Graduando dos cursos de Historia e Arquivologia pela UFPB. Bolsista CNPq/PIBIC

*** Graduando do curso de Bacharelado em Biblioteconomia pela UFPB. Bolsista CNPq/PIBIC

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